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Engenharia Diagnóstica: O que é?

Blog: Patologia da Construção
Engenharia Diagnóstica: O que é?

Estou escrevendo esse artigo para conceituar e explicar a importância de uma recente doutrina: a ENGENHARIA DIAGNÓSTICA. Para isso fiz uma revisão bibliografica, buscando as melhores explicações na literatura.

Na medicina, o termo diagnóstico é usado para o ato de determinar a origem e razões de uma doença, através da observação dos sintomas apresentados pelo paciente (CONCEITO.DE, 2011). Já na engenharia, o conceito não é diferente, apenas é mudado o objeto da diagnose, que passa do corpo humano para uma edificação.

São as investigações científicas das patologias prediais, através de metodologias que possibilitem obter dados técnicos para a caracterização, análise, atestamento, apuração da causa prognóstico e prescrição do reparo da manifestação patológica predial em estudo. (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2016, p. 24)

Ainda de forma análoga à medicina, a engenharia diagnóstica também realiza algumas etapas no processo investigativo de uma patologia: registro, análise, atestado, diagnóstico e prescrição (ZANDONELLO, 2016).

No Brasil, o uso da inspeção predial deu-se em 1999 com o engenheiro Tito Lívio Gomide, com a apresentação do trabalho A inspeção predial deve ser obrigatória?, no X COBREAP (Congresso Brasileiro de Avaliações e Perícia), intitulado. Esse trabalho foi premiado com menção honrosa, por ter iniciado no país este procedimento já difundido mundialmente.

A partir de 1999, os estudos de inspeção predial se desenvolveram de forma acelerada no país, através de normas, cursos, seminários, diretrizes, além das diversas legislações municipais e estaduais” (FLOR, 2016).

A engenharia diagnóstica é organizada em atividades progressivas de investigação, e são conhecidas como ferramentas.

Ferramenta da Engenharia Diagnóstica

De acordo com o Instituto de Engenharia (2016), a metodologia da engenharia diagnóstica contempla cinco etapas que são usadas de acordo com a progressão dos trabalhos diagnósticos, são elas:

  1. Vistorias
  2. Inspeção
  3. Auditoria
  4. Perícia
  5. Consultoria

 

 (PINI, 2011)

 

Vistoria Predial

O Instituto de Engenharia (2016, pg. 24) define a vistoria como uma “constatação técnica de determinado fato, condição ou direito relativo a um edifício”.

A vistoria em edificações possui a função de constatar os estados físicos da edificação, registrando-se aspectos que auxiliarão as demais ferramentas diagnósticas, em especial as inspeções e auditorias, ao analisarem as condições aparentes e de conformidade dos componentes, elementos e sistemas construtivos” (MARQUES, 2016).

Vale ressaltar que no escopo do serviço de vistoria não consta qualquer análise ou classificação das patologias registradas, tão pouco ensaios para conclusão de causa e origem, e nem recomendações de reparos visando a solução dos problemas (ZANDONELLO, 2016).

Inspeção Predial

A inspeção é a etapa seguinte à vistoria, é definida como a análise de fato, direito ou condição de uma edificação, baseado em informações genéricas e experiência do inspetor (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2016).

A Inspeção Predial é feita de forma preventiva nas edificações, diminuindo o risco de acidentes prediais, auxiliando no direcionamento de investimentos em reparos e reformas e adequando o plano de manutenção às reais necessidades do edifício” (ZANDONELLO, 2016).

Assim como a vistoria, a inspeção predial tem um caráter tátil e visual, com a função de constatar a situação da edificação e a existência, ou não, de qualquer patologia.

A inspeção registra e analisa os problemas construtivos de uma edificação, classificando-os por grau risco, de forma a recomendar uma maior prioridade aos reparos de problemas que apresentarem maior perigo à saúde e segurança.

Auditoria

O serviço de auditoria na engenharia diagnóstica é a ferramenta seguinte à inspeção. É a certificação técnica da conformidade com os preceitos normativos, contratuais e “condições ou direito relativo a um edifício” (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2016, p. 24).

O serviço de auditoria é fundamental para a resolução de demandas judicias, pois são baseados e encorpados por normas técnicas e documentação pertinente, e busca saber do atendimento à todos os requisitos pontuados nas referidas documentações (GULLO, 2016).

O critério empregado para elaboração de laudos de auditoria baseia-se no atestamento, ou não, da conformidade que se pretende auditar, comparativamente ao fato, condição ou direito com o documento referencial da auditoria” (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2016, p. 141).

Perícia

A perícia é a etapa seguinte a da auditoria, e busca constatar tecnicamente a origem, motivo e mecanismo de ação de um acontecimento. Esse serviço pode necessitar da formação de uma equipe multidisciplinar e metodologia pericial que forneça subsídios para a responsabilização do fato ocorrido (FACUNDES NETO, 2016).

O serviço pericial é bastante comum no âmbito judicial, uma vez que a perícia tem como finalidade, elucidar ou pelo menos subsidiar uma decisão judicial em casos controvertidos, nas respostas aos quesitos formulado pelas partes e pelo juiz do caso. (FACUNDES NETO, 2016).

Consultoria

A última ferramenta, em escala, da engenharia diagnóstica. A consultoria é caracterizada por realizar os reparos da patologia, ou seja, a solução técnica do problema.

O espoco da consultoria vai além da perícia, pois em termos práticos, além de diagnósticar o problema construtivo, prescreve para o gestor ou usuários da edificação a forma tecnicamente adequada de solucioná-lo (ZANDONELLO, 2016).

A consultoria pode ser realizada de duas formas; sumária ou detalhada. A consultoria sumária é feita de forma emergencial, tendo um resultado sucinto da prescrição ou recomendação. A consultoria detalhada é acompanhada de memorias, projetos, orçamentos, ilustrações, e tudo que fundamente o prognóstico (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2016)

(INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2016)


 

REFERÊNCIAS

Conceito.de. (2011). Conceito de Diagnóstico. Acesso em 31 de março de 2018, disponível em Conceito.de: https://conceito.de/diagnostico
Facundes Neto, J. (2016). Diretrizes Técnicas de Perícia de Engenharia em Edificações. Em I. d. Engenharia, Diretrizes Técnicas em Engenharia Diagnostica em Edificações (pp. 147-148). São Paulo: LEUD.
Flor, S. N. (2016). Diretrizes Técnicas de Inspeção Predial. Em I. d. Engenharia, Diretrizes Técnicas para Engenharia Diagnóstica em Edificações (pp. 69-70). São Paulo: LEUD.
Gullo, M. A. (2016). Diretrizes Técnicas de Auditoria em Edificações. Em I. d. Engenharia, Diretrizes Técnicas em Engenharia Diagnostica em Edificações (pp. 135-136). São Paulo: LEUD.
Instituto de Engenharia. (2016). Diretrizes Técnicas de Engenharia Diagnóstica em Edificações. São Paulo-SP: LEUD.
Marques, M. (2016). Diretrizes técnicas de vistoria em Edificação. Em I. d. Engenharia, Diretrizes técnicas em Engenharia Diagnóstica em Edificações (pp. 47-48). São Paulo: LEUD.
Zandonello. (2016). Engenharia Diagnóstica: o que é e qual a sua importância? Acesso em 31 de março de 2018, disponível em Zandonello: http://zandonello.com.br/engenharia-diagnostica-o-que-e-e-qual-a-sua-importancia/

4 comentários para esse post

Bento Carvalho Vieira Junior Campo Grande

há 6 anos

Olá. Tem algum curso de patologias da construção civil ou engenharia diagnóstica?

ISRAEL FREITAS DE SOUZA JÚNIOR Recife-PE

há 6 anos

Ótima análise para uma boa compreensão do processo dentro do fluxograma. legal.

Carlos Augusto Monser Porto Alegre RS

há 6 anos

Excelente informação de fluxograma para análise de patologias

Arnaldo Pardo Pisani Caracas DC Venezuela

há 6 anos

Excelente artículo!

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