Por ser um elemento construtivo muitas vezes esquecido, e sua ausência ser motivo de uma grande epidemia nas edificações, decidi fazer esse artigo sobre as Juntas de Movimentação.

Bem, existem várias definições para as juntas, no âmbito da tecnologia das construções, mas um conceito que me agrada muito vem da norma alemã DIN 18515-1, onde diz:

“São usualmente juntas previstas nas estruturas, em revestimentos ou entre elementos construtivos para acomodar movimentos ou absorver tensões”

Em outras palavras as juntas são projetadas para permitir a movimentação do elemento. Essa movimentação poder ser causadas por variação de temperatura, ação da umidade, movimentação estrutural e ação do vento.

Ribeiro e Barros (2010) sintetizou estudos de Sabbatini (1990), a norma britânica BS 5385-2 (1991) e Goldberg (1998), e apresentou as principais funções das juntas de movimentação em revestimento de fachada.

• 1 - Dissipar tensões geradas por movimentações da base suporte do revestimento.
• 2 - Dissipar tensões originarias do próprio revestimento, motivada por variações de temperatura e umidade.
• 3 - Separar os revestimentos e componentes da edificação com diferentes comportamentos térmicos e higroscópicos.
• 4 - Permitir mudanças de planos do revestimento
• 5 - Impedir que o revestimento sofra com a descontinuidade do substrato, como as juntas estruturais.

As juntas de movimentações podem ser classificadas levando em consideração três fatores; sua função; tipo de material de preenchimento e a geometria.

Quanto à função, as juntas podem ser classificadas como

• Junta de Trabalho

Junta usada devido a descontinuidade do substrato. É comum o uso no local de encontro entre vedação e estrutura, como o encunhamento. Por ser um local de intensa movimentação, as juntas de trabalho dissipam as tensões no revestimento, causadas na base.

• Junta de Transição

Como o próprio nome já sugere, as juntas de transição são usadas na mudança do material de revestimento. Um exemplo seria na mudança do revestimento cerâmico para o revestimento de tinta em uma fachada.

• Junta de Contorno

Essas juntas são usadas em cantos do revestimento, como no encontro com um peitoril, ou qualquer outro elemento construtivo que intercepte o revestimento.

• Junta de Desolidarização

São usadas no encontro com outro painel de revestimento perpendicular. São muito comuns nas quinas de revestimento, onde há mudança de direção, podendo ser na parte interna ou externa do ambiente.

As juntas ainda podem ser classificadas quanto ao material de preenchimento, denominadas juntas seladas ou pré-formadas. A primeira é a mais comum, e caracteriza por ser aplicado um selante em fase não-curada (pastosa), e após o tempo de cura, o material obtém as características projetadas. Já segunda, é mais usada em recuperação de juntas danificadas, e é caracterizada pela aplicação de um material já formado por meio da sua compressão e inserção na abertura da junta.

Quanto a geometria do acabamento, as juntas podem ser classificadas em; Junta Côncava; Junta Nivelada; e Junta Recuada. Basicamente a diferença entre essas é o formato do acabamento das juntas, como pode ser visto na imagem abaixo.

Bem, essas são os tipos de Juntas de movimentação utilizadas em projetos de edificação. Esse elemento construtivo impede o surgimento de manifestações patológicas, como fissuras, descolamento e infiltração.